sexta-feira, 22 de novembro de 2013

SE É AMIGO, É AMIGO

essa 1a história contei porque a mãe e o pai do João pediram para minha mãe humana um fato legal para marcar esse importante momento. não entendi bem mas pensei nos amigos, que minha mãe sempre diz que são nosso maior tesouro.


Vamos ao Parque aos finais de semana quando tem sol e lá conheci muitos outros  cachorros como eu, é legal porque andamos sem coleiras e guias, podemos correr e brincar à vontade.
Lá conheci o Vitamina um vira-lata cinza maior que eu e que virou meu amigo, todas as vezes que vou lá brinco muito com ele, é engraçado, late falando muito sobre tudo e na maioria das vezes  vejo que muitos humanos não deixam seus amigos cãezinhos brincarem com ele por ele não ser de raça (o que será que é isso?? ), minha mãe humana nem liga.
Ai na semana passada estava conversando com ele:
- Oi Vitamina, quanto tempo!!! – cheguei cheirando ele todo, nós reconhecemos os amigos pelo cheiro.
- Oi Menina, você sumiu, faz um tempão que não te vejo por aqui.- me respondeu ele retribuindo a “cheiração”.
Fiquei feliz e meu corpo balança inteiro quando estou feliz, é um jeito simples e direto de mostrar a felicidade, sempre digo que humanos deviam demonstrar mais quando estão felizes e esta é uma maneira divertida pra isso.
Olho para minha mãe humana e nós dois aguardamos ela jogar o brinquedo para que eu e meu amigo Vitamina possamos correr atrás dele.
E lá se vai minha ovelha de pelúcia voando pelo parque, corremos para alcança-la e no caminho escuto um cãozinho bem peludo, branquinho, dizer que queria correr conosco e o pai humano dele diz que ele não pode porque tem um vira-lata brincando.
Paro, olho para esse humano, viro minha cabeça de lado e penso: amigos são amigos e não importa seu tamanho, cor, de onde vieram ou pra onde vão.  E penso: que triste que deve ser esse cãozinho, pois não pode brincar quando e com quem quer.
O Vitamina ouviu  o que aquele homem disse e suas orelhas nessa hora ficaram baixas. Meu amigo estava triste. Eu precisava pensar em algo...
 Chegamos então à ovelha de pelúcia perdida entre as folhas secas do Parque. Olhei para ele e disse:
- Pega Vitamina, vamos levar para a minha mãe humana jogar de novo pra gente correr para o outro lado do parque.
- Mas o brinquedo é seu Menina, leva você pra ela.
- Nãooooooooooo (quase um uivo) – balançando o corpo todo,  completo:
-  Leva você, eu brinco com ela todos os dias e ao entregar o brinquedo  você vai ganhar um carinho bem gostoso, é muito bom.
- Ela não vai brigar porque sou um vira-lata? Muitos aqui não gostam de mim por isso, nem sei o que significa direito.
- Ah deixa essa gente pra lá..deve ser porque eles não entendem o que você fala, uma língua super diferente que poucos cães conseguem traduzir, isso é ser especial e ai já viu né, as pessoas as vezes não se abrem para conhecer o novo, o diferente.
Balanço a cabeça e respondo já andando devagar de volta até onde esta minha mãe.
- Vai nada, mães são seres mágicos – sabem tudo, conhecem tudo e quando não sabem, descobrem. A minha mãe quer me ver feliz sempre e estou feliz porque você é meu amigo, então ela vai te acarinhar também.


Vejo o Vitamina latir alto, com a ovelha na boca toda babada e chegar ao lado dela feliz porque confiou em mim. Chegamos e como falei, ela fez um carinho bem apertado na cabeça dele, apertou meu fuço, nos deu água e jogou a ovelha de novo para continuar a brincadeira.
- É verdade menina, acho que ela é como nós, não entende essa tal diferente que escuto alguns humanos dizerem por ai, o importante é sorrir e brincar muito com quem se gosta.
- Viu, acho que é tudo igual, humanos por exemplo:  existem de diversos tamanhos, minha mãe me disse esses dias que vou ter um amigo humano do meu tamanho, mas até agora ele não apareceu lá na nossa casa.
- Não existem humanos do teu tamanho Menina, será que é verdade?
- É sim, minha mãe disse que ele vai ser pequenininho e se chamar João, e que vamos vê-lo crescer e que vou poder contar muitas histórias para ele das que ouvi e vivi por ai.
Neste momento o pai humano do Vitamina o chamou para ir embora, me despedi do meu amigo sorrindo, porque sei que somos todos iguais e diferentes e é isso que nos faz especiais.

Tenho uma família humana, meus amigos caninos do parque e converso até com um gato lá onde fico com meus pais durante o dia e sei que sou feliz porque ter amigos é a melhor coisa desse mundo.

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